quarta-feira, 25 de agosto de 2010
Assim eu vejo a vida
A vida tem duas faces:
Positiva e negativa
O passado foi duro mas deixou o seu legado
Saber viver é a grande sabedoria
Que eu possa dignificar
Minha condição de mulher,
Aceitar suas limitações
E me fazer pedra de segurança dos valores que vão desmoronando.
Nasci em tempos rudes
Aceitei contradições lutas e pedras como lições de vida e delas me sirvo
Aprendi a viver.
Cora Coralina
OPINIÃO
O amor na velhice
Por: Olympia Salete Rodrigues
A Cora Coralina que todos conhecemos: aquela mulher que se descobriu poeta já bem velhinha, depois de uma vida de luta, inclusive com um casamento desastroso que ela carregou corajosamente e, só após a morte do marido, conseguiu se ver em sua enorme e verdadeira dimensão, como mulher e como poeta.
Escolhi este poema para ilustrar este Artigo por dois motivos: o primeiro por pensar exatamente como ela ao entregar o amor ao amado. O amor tem que ser entregue SEMPRE, mesmo que não seja aceito. Porque o amor só se torna concreto se chega às mãos do ser amado. E, se não entregamos o amor que sentimos, esse amor fica maculado e se deforma, pois foi sonegado, o que, em matéria de amor, é crime sem perdão. O segundo motivo de minha escolha é colocar para todos que me lêem reflexões sobre o amor na velhice, um direito de todos nem sempre respeitado.
Uso sempre a palavra velho (ou velha)... Não gosto, quem me lê já sabe, de idoso ou terceira idade... Ai, isso até me dói.... rs..., pela tentativa de falsidade que encerra. A palavra velho implica numa carga de sabedoria e experiência que nos dá a vida à medida em que vivemos. E dessa carga também quero falar.
Eu, pessoalmente, recebo uma série de observações que poderiam até parecer desagradáveis e indelicadas. Só que não as sinto assim porque as acolho com serenidade. Por falar eu de amor, e por amar de verdade, muita gente entende que sou atrevida, ridícula, inconseqüente etc. etc.... E, o estranho disso é que não ouço tais críticas de pessoas jovens, mas de pessoas que estão caminhando para o auge da maturidade cronológica e atribuem a mim os fantasmas da própria velhice que se aproxima. Os jovens, em geral, admiram minha coragem de amar e declarar meu amor. Para eles, quase sempre, a idade fica em segundo plano, não influi na relação ou no diálogo. Mais ainda, eles até se declaram egoístas, querendo aprender e sorver a sabedoria do velho com quem se relacionam como amores ou como amigos. Daí eu concluir que aqueles que tentam anular o direito de amar dos velhos, estão apenas refletindo neles seus próprios medos, sua incapacidade de amadurecer o amor na medida em que amadurecem em idade.
É simples encarar a equação. Ninguém, em seu perfeito juízo, negaria ao velho os direitos todos que a vida lhe dá: comer, dormir, divertir-se, trabalhar, enfim, exercer plena e conscientemente a vida que pulsa. Por que negar-lhes o direito ao amor e ao sexo? Se isso fosse normal, certamente esses desejos legítimos e saudáveis se arrefeceriam com o passar do tempo. Se não arrefecem é porque a natureza sábia reconhece sua validade. E, pelo que constatamos, a libido não tem mesmo idade... Ela pede e grita no velho como pedia e gritava no jovem que ele foi. E como aceitar uma restrição que venha de fora? Como ceder à pressão e se enclausurar, renunciar a viver esse lado exultante do eu?
Pensemos um pouco em nossos antepassados: pais, avós, familiares que se entregaram a um marasmo na velhice por não terem força para lutar contra preconceitos terríveis e tão propalados que eles próprios os assumiam. O homem era até mais prejudicado, pois vivia perseguido pela "fatalidade" da impotência "obrigatória" depois de certa idade. E a grande maioria ficava impotente mesmo, pelo poder da sugestão. Os progressos da medicina vieram em seu socorro e hoje o problema, se aparece, é contornável. As mulheres não eram estigmatizadas por essa terrível previsão, mas o eram pelos preconceitos e se fechavam em conchas a partir de certa idade, acreditavam que a menopausa as tornaria menos fêmeas e menos desejáveis. E está fechado o círculo: casais velhos, frustrados e infelizes, apenas sentados indefesos na sala de espera da morte. E assim vimos ou temos notícias de tantos entes queridos que definharam depois de nos darem a vida, a educação, a sua sabedoria, para que seguíssemos felizes os nossos caminhos. E eu pergunto: isso é justo?
Convoco os ainda jovens para que abram suas mentes e preparem seu futuro de velhos. Só assim chegarão à velhice com a dignidade e a sabedoria que torna os velhos realistas, felizes e seguros. Seus preconceitos de hoje, se existem, os tornarão certamente velhos amargos, vítimas de si mesmos, das crenças errôneas que acumularam e deixaram que se cristalizassem.
Convoco os velhos como eu, ou mais velhos que eu, para exercerem seus direitos, esclarecer aos jovens suas posições e mostrar-lhes as verdades que viveram e que os tornaram melhores. Entreguemos o amor ao ser amado, sem vergonha e sem medo, e vivamos esse amor intensa e completamente, na alma e no corpo. Se disserem que idade não é documento..., mostremos que é sim, documento importante porque repleto de experiência e de aprendizagens muitas vezes à custa de sofrimento. Somos todos lindos, independente de aparência física, porque é linda nossa alma e linda a nossa coragem de amar! Portanto, não nos enterremos antes da hora. Vivamos, vivamos! No momento certo, outros nos enterrarão, gratos pelas lições que lhes deixamos.
Cora Coralina escreveu esse poema quando era muito mais velha que eu. Tinha o rosto enrugado, o corpo alquebrado e maltratado pela vida, mas tinha a alma lisa e pura, apesar das pauladas que certamente levou, e tinha, ao escrever, a certeza de sua grandeza como ser humano, um coração que pulsava no ritmo da própria idade. Por isso admitia que o amado a aceitasse ou não, interessava apenas torná-lo feliz por saber-se amado. Que o verdadeiro amor só quer dar!
E termino louvando essa brasileira que soube morrer amando. Exatamente como eu quero morrer, orgulhosa e valente...
Olympia Salete Rodrigues (Colaboradora do site paralerepensar -Poetisa e escritora)
segunda-feira, 23 de agosto de 2010
:: Ingrid Dalila Engel ::
A Lei é o Amor! Não existe nenhuma outra maneira de atingirmos nossa paz interna a não ser pela expressão do Amor Incondicional. E o que significa este Amor Incondicional? É tão divino que o humano tem dificuldade até na compreensão desta expressão... é o caminhar na vida levando compaixão, compreensão, perdão, tolerância, desapego... dar valor ao que realmente tem valor, é não ficar preso a palavras, gestos, fatos, eventos, situações emocionais; é relevar com compaixão as mágoas, as injustiças, as decepções vividas no nosso cotidiano... é compreender que tudo isto é muito pequeno comparado com a grandeza da alma, com a grandeza da vida. É caminharmos fazendo a nossa parte, amando ao próximo como a nós mesmos, entregndo a Deus, à vida, todas as situações conflitantes, dolorosas, que momentaneamente possamos estar incapacitados para darmos a melhor solução, a resposta mais adequada. É a certeza de que tudo na Terra é ilusório, passageiro, transitório... é só uma pequena viagem. Mantermos sempre na nossa mente, no nosso espírito, a visualização da nossa grande meta, que é o amadurecimento da nossa alma, o atingirmos a consciência maior, a lucidez da vida... e é isto, somente isto que verdadeiramente importa. Com esta visão, com esta postura, caminhamos com leveza, com soltura, com alegria, com aceitação e tolerância... pois as emoções são ilusões, a dor é ilusão, a caminhada terrena é ilusão, o humano é ilusão... Deus é Real. O Divino é Real. A Consciência é Real. O Espiritual é Real. A Morte é ilusão do ego mas é Real, pois é a passagem para o Plano Real. Amar incondicionalmente é amar além, apesar das ilusões, é amar sem esperar retorno, pois o retorno real é Divino, o retorno real é a simples alegria de expressarmos o amor. A verdadeira felicidade é termos a capacidade de expressar o amor. Convido vocês a fazerem um Jogo de Faz de Conta: - Vivenciem um dia inteiro fazendo de conta que sabem amar incondicionalmente. - Sejam pacientes e tolerantes. - Relevem as pequenas mágoas, os pequenos ressentimentos. - Olhem nos olhos do outro. - Exercitem a solidariedade, a compaixão, o companheirismo. - Evitem a autocrítica negativa e a crítica ao outro. - Priorizem atividades que visem ajudar o próximo. - Se permitam ter tempo para si mesmo e para o outro. - Façam de conta que estão perdoando a si mesmo, a tudo e a todos. - Façam de conta que vocês se amam e se respeitam e que também amam e respeitam o outro. - Imaginem que amam a humanidade além dos interesses do ego. - Sorriam, sejam gentis e atenciosos. - Expressem através da palavra e dos gestos calma, alegria, esperança e carinho. Quem sabe poderemos descobrir - através deste jogo de faz de conta - tanto prazer, tanto contentamento, ao ponto de até decidir incorporar a expressão do amor incondicional no nosso cotidiano, na nossa atitude interna, na nossa postura, na nossa caminhada... Brincando de faz de conta podemos até descobrir a verdade da vida, que é o Amor Incondicional.
sábado, 21 de agosto de 2010
QUANDO UM NÃO QUER DOIS NÃO BRIGAM
Não existem receitas para um casamento feliz assim como não há um manual para criação de filhos. Deus criou pessoas diferentes de forma que dependendo da estrutura emocional de cada pessoa esta poderá construir uma vida diferente ou conduzi-la ao fracasso.
Quando nos conscientizamos de amar uma pessoa, esse sentimento deve ser pleno, aceitando aquela pessoa com as suas virtudes e defeitos, porque não existe um só ser sem defeito.
O respeito para com o cônjuge é tão importante assim como Deus é para nossa vida. O início de um divórcio se dá pela falta de respeito de um para com o outro. Portanto, nunca rebaixe o seu cônjuge ou discuta com ele diante das pessoas. Alias, a discussão esteja fora dos seus hábitos, porque a palavra dita a seu tempo é como maçãs de ouro em salvas de prata ( Provérbios 25:11).
Fechando esta meditação, vamos ao livro de Mateus 5:5-9, que nos relata algo que Jesus falou ao pregar sobre as bem-aventuranças: "Bem aventurados os mansos de coração porque herdarão a terra" e "Bem aventurados os pacificadores porque serão chamados filhos de Deus". Isso significa dizer que se a mansidão estiver em cada um, não haverá lugar para a discórdia e esta não se instalará no lar; e se houver bom senso as questões difíceis serão conduzidas e solucionadas da melhor forma, porque os mansos são também pacificadores.
Paz seja no coração de todos !
Zenaide Alcântara de Sousa
Irmã em Cristo Jesus
sexta-feira, 20 de agosto de 2010
O Dar e o Receber
(por Denys Bernard)
Em Meca havia um barbeiro aposentado que gostava muito de conversar e fazer amizade. Na verdade, não precisava mais trabalhar, mas gostava de sentir-se útil. Naquela manhã, Yoneyed, homem santo, veio de muito longe para conseguir ajuda para os seus pobres, aproximou-se da barbearia e ficou olhando através do vidro. Ao vê-lo, o barbeiro fez ele entrar, cuidou da sua barba sem cobrar nada e ainda, deu-lhe uma esmola. O homem santo saiu de lá emocionado e, ao chegar à praça, olhou para céu e prometeu a Deus que daria para o barbeiro toda esmola que recebesse naquele dia. Não passara muito tempo quando um rico peregrino que passeava na praça o reconheceu e deu-lhe um saco de ouro. Yoneyed contente foi correndo até o barbeiro e entregou-lhe o ouro todo. Mas o barbeiro chorando disse: Yoneyed, quando fiz aquela boa ação por você, me senti abençoado por Deus. E agora, como você tem coragem de querer pagar com dinheiro aquilo que eu fiz somente por Amor? A gentileza do barbeiro impressionara Yoneyed que, saindo de lá, só pensava numa maneira de recompensá-lo. Ocorreu-lhe que uma recompensa material seria o mais justo. Porém, esquecera que o ouro que recebera do peregrino era para ajudar os seus pobres. Na verdade, a felicidade do barbeiro por ter feito uma boa ação já era a recompensa dele, felicidade própria aqueles que fazem alguma coisa somente por amor. Então, era suficiente apenas uma "benção" de Yoneyed para coroar aquele dia cheio de beleza onde duas almas elevadas se encontravam. Esta história persa nos convida a uma profunda reflexão sobre o significado das boas ações. Quantas vezes fazemos alguma coisa somente por amor? "Amar é saber dar sem esperar recompensa..." No entanto, este conto nos parece até uma fábula, pois é difícil encontrarmos tais personagens. Há muita cobrança no mundo de hoje: cobrança do marido, da esposa, dos pais, dos filhos, de irmãos, de amigos. Há exigências demais. Pouco damos sem interesse, ou então, cobramos dos outros uma atitude forçada de "gratidão" ou "respeito". A espontaneidade está sendo esquecida no que se refere a estes dois "sentimentos naturais", que devem brotar do "Ser" tal como o fruto deve brotar da árvore: na estação certa e sob condições favoráveis. "Cobrança não combina com amor". Aliás, é a cobrança a responsável pela morte do Amor. Amor não é uma ação. Amor é uma atitude, um estado de "Ser". Afastemos de nós toda atitude de desamor, e o Amor começará a se manifestar.
************* Khalil Gibram, o poeta maravilhoso do Líbano disse sobre o Dar e o "Receber : "Ide aos vossos campos e pomares, e lá descobrireis que o prazer da abelha é sugar o mel da flor, mas, o prazer da flor é entregar o mel à abelha; pois, para a abelha, uma flor é uma fonte de vida, e para a flor, uma abelha é uma mensageira do amor. e para ambas, a abelha e a flor, dar e receber é uma necessidade e um êxtase".